
O tempo das suaves raparigas é junto ao mar ao longo das avenidas ao sol dos solitários dias de dezembro Tudo ali pára como nas fotografias É a tarde de agosto o rio a música o teu rosto alegre e jovem hoje ainda quando tudo ia mudar És tu surges de branco pela rua antigamente noite iluminada noite de nuvens ó melhor mulher (E nos alpes o cansado humanista canta alegremente) «Mudança possui tudo»? Nada muda nem sequer o cultor dos sistemáticos cuidados levanta a dobra da tragédia nestas brancas horas Deus anda à beira de água calça arregaçada como um homem se deita como um homem se levanta Somos crianças feitas para grandes férias pássaros pedradas de calor atiradas ao frio em redor pássaros compêndios de vida e morte resumida agasalhada em asas Ali fica o retrato destes dias Gestos e pensamentos tudo fixo Manhã dos outros não nossa manhã pagão solar de uma alegria calma De terra vem a água e da água a alma o tempo é a maré que leva e traz o mar às praias onde eternamente somos Sabemos agora em que medida merecemos a vida